Medos: como ajudá-los a enfrentar

O medo faz parte da vida. A forma como lidamos com eles é que diferencia a cada fase. Então, como ajudar a criança a enfrentar seus medos desde os primeiros anos de vida?

Primeiro, os pais precisam entender que os medos infantis são importantes para o desenvolvimento de seus filhos. Aliás, na dose certa, o medo é nosso aliado, porque nos alerta de algum risco. Na infância, esse sentimento é uma resposta emocional frente a uma situação inédita e a capacidade de dominá-la.

A criança diz para o adulto que está com medo do monstro. O adulto sabe que monstros não existem, mas a criança não, porque ela ainda mistura realidade e imaginação. Dizer a ela que monstros não existem não irá acalmar seu temor. Nesse momento, o importante é acolher e mostrar que ela está protegida e em segurança.

Outro comportamento que não agrega é menosprezar o medo, dizendo à criança que o que ela sente é bobagem, que ela é covarde ou algo do tipo. O sentimento dela é legítimo e precisa ser validado.

Os medos infantis são mais intensos entre quatro e seis anos e começam a diminuir aos sete, quando a criança tem mais subsídios para entender acontecimentos e situações. Esse medo tende a aumentar diante do novo, como a mudança de casa, de escola, separação dos pais, morte de um familiar.

A seguir, um resumo dos medos prováveis em cada fase da primeira infância:

· Até os seis meses: medo de ruídos fortes ou gerado pela sensação da perda de segurança;

· 7 aos 11 meses: a criança começa a distinguir rostos familiares. Pessoas estranhas tendem a assustá-la. Pode também ter medo de altura;

· 1 ano: medo de ficar longe dos pais, temendo que desapareçam. Esse medo começa nessa fase e se intensifica nos próximos três anos;

· 2 anos: a criança começa a entender a relação causa-efeito e experimenta sua falta de controle sobre o mundo, temendo barulhos altos como trovões, trens, aspiradores, além de médico, objetos grandes e criaturas imaginárias;

· 3-4 anos: a imaginação é muito fértil, por isso tem muito medo, especialmente de máscaras ou rosto coberto (palhaço, pessoas fantasiadas), escuro, monstros, insetos e de ficar sozinha;

· 5 anos: os medos são mais concretos: se machucar, trovão, ladrão, medo de cachorro e de se perder dos pais;

· 6-7 anos: nesse estágio de desenvolvimento, seu senso de realidade é mais claro, com medo de bruxas, fantasmas, tempestades, de dormir sozinho ou que algo ruim aconteça a seus pais.